terça-feira, 5 de abril de 2011

Por Walter de Paula
UBAPORANGA - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) propõe a cada ano, através da Campanha da Fraternidade (CF), um itinerário evangelizador fortemente voltado para a conversão pessoal e comunitária, em preparação à Páscoa. Em 2011, a CF chega à sua 47ª edição.
Este ano, a campanha fala sobre meio ambiente, a gravidade do aquecimento global e das mudanças climáticas – causas e conseqüências. Tema: Fraternidade e a Vida no Planeta; lema “A Criação Geme em Dores de parto” (Rm 8,22).
Não há como não se dar conta que a campanha está ligada à do ano passado; ora o fator econômico não está relacionado à situação de nosso planeta hoje? Somos todos moradores de uma mesma casa, gostando disso ou não estamos interligados. Não há como simplesmente virar as costas e não se importar, afinal se ocorresse uma catástrofe em nível global para onde iríamos?
Aquecimento global, mudanças geológicas nada mais é do que reações as nossas ações. A Campanha da Fraternidade de 2011, de maneira primorosa como sempre, vem justamente nos alertar desta verdade tudo o que fazemos pode prejudicar ou ajudar a salvar nosso planeta nos dá a oportunidade de, como uma família sentarmos juntos e elaborarmos ações para salvar a nossa casa.
Em cada catástrofe - terremotos ou inundações - sentimos o planeta gemer, e a humanidade fazendo o mesmo; este gemido tem uma conotação de tristeza imensa. Ainda estamos em tempo hábil para reverter esta situação, podemos transformar estes gemidos de dor em gemidos de amor e de esperança. Sim podemos iniciar um período de gestação e após este período em que nos organizaremos com ações que ajudem a preservar o meio ambiente, receberemos de volta um planeta saudável, resgataremos o planeta que nos foi dado por Deus.
Esta campanha não é uma utopia e sim um alerta de que atitudes devem ser tomadas, não por uma minoria, mas por um todo: este planeta é nossa casa, precisamos ser fraternos, gerar ações que levem ao bem comum.
Na tarde da ultima sexta feira (25) religiosos, autoridades e representantes da sociedade de Ubaporanga, se reuniram para discutir esse tema e encontrar soluções para o bem estar do município.
O padre José Paulo, responsável pela paróquia de Ubaporanga, destacou que essa não é uma campanha só da igreja, mas que precisa ser adotada por toda a comunidade pela importância e urgência da causa. “Precisamos urgentemente mobilizar toda a comunidade para essa realidade. É de extrema importância que nos envolvamos todos em prol dessa causa”, disse o pároco.
Várias autoridades participaram do encontro, entre elas o prefeito de Ubaporanga Gilmar Assis Rodrigues, chefe de gabinete Hélio Hibner, secretários da administração municipal, Educação Magna Medina Pinheiro, Obras João Batista de Oliveira, Agricultura Onir Gomes Moreira, além dos vereadores Vicente da Silva Medina (presidente da Câmara) e Cesarino Bernardo (Daim), e representantes dos jovens católicos, e padres José Paulo e José Carlos.
Muitos foram os assuntos abordados no encontro, mas o principal mesmo, o lixo, ganhou destaque. O prefeito Gilmar disse sobre sua preocupação com a questão do lixo: “Estamos trabalhando forte para que nosso lixo tenha um destino melhor. Já encaminhamos um projeto ao Ministério para a implantação de uma usina de reciclagem e a prefeitura está disposta a fazer o possível para melhorar a vida do nosso povo”.
Varias propostas foram apresentadas sobre o que fazer de imediato para começar pelo menos o trabalho de conscientização da população. O secretario de Obras parabenizou a igreja católica pela iniciativa da campanha. “O tema é ótimo pelo momento, quando o mundo está falando no aquecimento global, mas, de imediato, precisamos, urgentemente, de começar o trabalho de conscientização para que as pessoas entendam que esse não pode ser responsabilidade só da Igreja ou da Prefeitura, mas, de todos”.
Segundo os representantes do grupo de jovens, já está agendado um trabalho especial dos jovens de conscientização da população, (10 de abril) onde eles estarão visitando de casa em casa falando da campanha.
O padre José Paulo destacou também que um dos pontos principais da campanha é alertar as pessoas para a produção excessiva de lixos. “Estamos produzindo muito lixo. Precisamos alertar e convencer as pessoas que uma das formas de contribuir com a melhoria do planeta é reduzirmos a produção de lixo”.
No entanto, é necessário dizer que a questão é envolta de polêmicas. A causa desse desequilíbrio climático é discutida pelos pesquisadores e basicamente existem dois grupos. Há os que entendem que o aquecimento global é oriundo de processos da própria natureza e os que afirmam que o planeta está apresentando aquecimento devido às grandes quantidades de emissões de gases que provocam o efeito estufa, que se intensificarem a partir do momento da industrialização de muitos países, ou como alguns preferem, é resultante de causas antrópicas. A solução deste impasse nos meios especializados não parece ser fácil, e nem pretendemos resolvê-lo. Mas uma coisa é certa: que mudanças climáticas estão em curso e que já alteramos substancialmente o planeta. E, considerando que o clima da Terra é resultante, em parte, da interação dos seres que o habitam, torna-se difícil negar que alterações, como as derrubadas de florestas, modificações nas águas marinhas e na atmosfera, que recebeu uma carga imensa de gases de efeitos estufa, não contribuam para mudanças climáticas que verificamos.
E a considerar a gravidade da situação e de suas consequências, basta citar que a ONU já fala na existência de 50 milhões de “migrantes do clima”; não podemos deixar de agir em prol de melhores condições para o nosso planeta. Sobretudo, porque, o aquecimento global e as mudanças climáticas exigirão mais sacrifícios dos mais pobres e menos protegidos. Cruzar os braços diante de tal desafio significa irresponsabilidade tamanha para com as gerações futuras, pois ainda podemos fazer algo em prol da vida do planeta.

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